Caríssimos irmãos e irmãs, saudações em Cristo Jesus.

Neste mês de outubro, mês missionário, vamos refletir um pouco sobre o tema do Ano Jubilar 2025: Peregrinos da Esperança e o lema: “A Esperança não decepciona” (Rm 5,5), diante do desafio da missão.

Ao refletirmos em agosto sobre o chamado, e em setembro sobre a Palavra que ilumina esse chamado, agora, em outubro, vamos refletir de que forma responderemos a esse chamado, através da Palavra de Deus em ações concretas.

Se voltarmos ao Antigo Testamento, perceberemos que, em todo o tempo, Deus chamou quem Ele quis e enviou em missão. Podemos refletir este chamado na vida de Noé — uma história muito interessante — e em Abraão, aquele que acreditou diante de toda e qualquer desesperança, tornando-se para nós o pai da fé. Também em Isaac, Jacó, José do Egito e Moisés, aquele que foi acolhido nas águas e criado dentro do palácio do faraó no Egito. Depois, ao fugir do Egito, estando ele bem tranquilo cuidando das ovelhas de seu sogro, Deus o chama, através da sarça ardente, para resgatar o povo hebreu da escravidão. Em todos estes estava a mão poderosa de Deus, protegendo e orientando aqueles que Ele havia chamado e enviado em missão. Os peregrinos da esperança vivem constantemente essa experiência em suas vidas.

Quando deixamos Deus nos chamar e nos tocar pela Palavra, tornamo-nos capazes de responder à sua missão, mesmo com as nossas fragilidades, confiando na mão de Deus que nos conduz, ensina e orienta através da Palavra. Não tem como fazer algo para Deus se a pessoa não sentir e entender este chamado e compreender a missão à qual é convocada pela Palavra. Ela é a base para tudo na nossa vida, e na sequência vem a Sagrada Eucaristia.

Lembremos que isto aconteceu com os discípulos de Emaús: o coração deles se aqueceu ao ouvir a Palavra de Jesus pelo caminho, quando Ele explicava tudo desde o Antigo Testamento. Por isso, é grande a importância de ouvir, meditar e contemplar a Palavra de Deus.

Com o Documento da Conferência Latino-Americana de Aparecida, uma expressão ficou muito conhecida e propagada: Discípulos e Missionários de Jesus. À primeira vista, pode parecer redundante, mas não é. Discípulo é aquele que escuta; missionário é aquele que anuncia o que escutou de Jesus. Se observarmos bem, faz todo sentido. Por quê? Porque, às vezes, fazemos os trabalhos na Igreja pensando que fazemos um grande bem para Deus, mas, se analisarmos bem, estamos fazendo as coisas na Igreja do nosso jeito — do jeito que gostamos, que achamos melhor — e, por vezes, até prejudicando ou machucando outras pessoas.

Ser missionário no Reino é fazer a vontade de Deus; é uma resposta amorosa àquilo que Ele já antecipou em nossa vida, através do chamado e da Palavra. Não pode ser uma resposta agressiva, rancorosa ou de mau gosto, e sim uma resposta cheia de amor, porque compreendeu o grande amor de Deus em sua própria vida. É isso que as pessoas chamadas querem transmitir e demonstrar aos outros: servir, e em muitos casos, de forma incansável.

Observando a vida dos santos, veremos que é exatamente isso que eles vivenciaram. Como missionários, tenhamos um caminho de santidade — para a santidade — como peregrinos da esperança.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
— Para sempre seja louvado!

Dom Henrique Aparecido de Lima, C.Ss.R.

Bispo da Diocese de Dourados (MS)